Peço licença a Ferreira Gullar para dedicar esse poema a Laís Câmara.
Espero que ambos gostem...Tenho para te dedicar palavras belas
Da Bahia que conheci por ti, por dentro
Sou agora nessa rede, que balança
Ao vento...
Maria que te vejo da sombra de um coqueiro
Sempre com olhar distante, nunca vendo
Ter mais que tempo para te conhecer
Como é você se não te conheço?
Já te vi com pressa e sem medo
Já te vi com pressa e desejo
Já te vi sempre sorrindo
Já te vi...
“Por favor” me encante baiana
Você tem ímpeto de flor do sol
Com seu – “me deixe” “me peque”
Me solta para o mundo com seu amor
Aprendi a ser você
Coisa minha, mas tem tu um mim
Coisa sua essa veia boêmia
Agora não tem canto que eu não beba
Não tem tanto nem boteco
Agora me diz e escreva seu querer!
Era para dizer de você
Mas “Ta tudo certo!”
Tem mais que ter tempo para falar
Em cada momento tenho um curso
Acaba por meio tempo há interromper
Tem você, neném, coisa de viver
Agora estou na praia e te ligo
E você gosta, pede e até aposta
Só para ver o que vai dar
Limpo bom trato tranquilo
De lado fino trado do corpo continuo
Embriago meu limo velho e tardo
O que há de se ver no meu poema limpo?
Você joga fora também
Ter pressa
Ter medo
De você ver o passado
E penso
E penso
E penso, e tardo, e retardo
E descubro
Não posso lhe deter, não, como há?
És tão viva quanto menos pode
Dizer o que?
Gosto de ver você ser mais...
Faz como trato de não prender a ti
Dor sobre seus olhos paira a cor
Infinita longa fita de cabelo solto
Dessa que da tom de menina
Prestes a se conhecer de có
Tem coisa você
Tem de ter
Em liberdade de ser
Levanto em lapsos, consigo só às vezes
Mas eu gosto de verso incerto
Não ser o que prometi
Estou na praia e a cerveja já veio
Tem olho de boca quieta, tem cor de perna
Tem som de música, ter, ver, cor, perder
Você que come quietinha há olhar, há beber
Vinho que gosto tem a fruta do querer?
Tão forte lenha que balança, e o amor?
Lampeja frio, sem graça no seu mover
Gosto mais quando anda de saia sem óculos
Sabe-se lá o que tem para ver!
Agora me parece infinito poema
Falar poderia todo o tempo
De coisas que nem sempre digo, nem ao acaso
Deveria eu o mistério destrancar??
Teria motivo?
Duvido
Hoje tenho o sol, brilha com sua sombra
Junto com aquele pescador que em ti encanta
Junto tanto sorriso que você pede para dizer
Das aventuras que fiz
E fiz
E quer você saber
Há dor, como não ?
E você acorda, outro dia
E vem
Como um ato cintilante, inteiro, eterno
E tudo é novo dia, já passou, é outro, é outra
Então se faz noite
Entrelaçado na hora escura, sozinho
Nessa missão tremo em distância
Gosto ardido–doce da cana fermentada
Já é noite
Uma dessas suas, coisa inacabada
E toda letra continua
Terço frases de sinuosa sombra
Sonora sentença sintonia
Sonhando sendo saio do seu
Senso sorriso com meu sonido
Lembro
Sei que gostas da sonoridade
Sorvo os éses como sinfonia
Sorte se saberei sancionar a poesia
Saem soltas palavras sem sentido
Sorte seria se consigo!
Por fim devo entrar na coisa
Troçar com seus cachos longos
Beleza em ondas
E vosmecê ainda duvida
Merece todos verbetos, pequenos
Na sua companhia distraída
Na volta com sua filha, saltita
Na vida sua, saltita
Pula para próxima cadencia de sim!
Ter como eu poderia descobrir isso?
Sem seu samba
Na vida tua que pula, criança
Na vida gosta de ver o desfile
E sorrir, e sofrer, e chorar, se esconder
Euforia fica, com amor, com raiva
Mas nada importa, percebo agora Maria! Terminar não podia, não apenas em poesia. Tem tanta prosa na tua vida, que, tem que ser corrida linha para tentar, chegar, em ti.
Mar, cor, Maria, calor, mais, cachos,
Mesmo, dia, melhor, dor, minha, diva
Maestria da Bahia
Você
Baiana das antigas
Siga.
Chega ao fim como em um leve toque
No couro dos seus cachos, um beijo
Na sua face, um cheiro
Do melhor que tem no mundo! um...
Até
Logo.
Bárbaro!!! Lúdico, lindo! Isso é você, amiga! Um beijo grande com muita saudade! PARABÉNS AO AUTOR PELA FLUÊNCIA E POÉTICA!
ResponderExcluirEstive por aqui lendo os seus poemas atuais e não resisti em voltar a ler esse.....
ResponderExcluirO única coisa que pode-se dizer desse poema é você - Maria Laís!
que sorte que pude perceber você!